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Mantega nega caos, `problema é o fluxo de passageiros´

Ministro da Fazenda acha que crise aérea é o "preço do sucesso" da economia

Por redacao
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou na manhã desta quinta-feira, 21, ao chegar ao Ministério, que haja um caos aéreo no País. Na avaliação do ministro existem problemas relacionados a uma série de fatores, entre eles o significativo aumento do fluxo de passageiros, que reflete o bom momento da economia brasileira. "É o preço do sucesso", disse Mantega, acrescentando que o governo vai resolver os problemas que atingem os usuários do sistema aéreo brasileiro. Apesar do ministro achar que não há crise, 30,8% dos vôos do País atrasaram até às 11 horas desta quinta-feira e a situação começa a ficar tensa entre controladores de vôo, governo e o comando da aeronáutica. Na terça e na quarta-feira, controladores de vôo do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta-1) fizeram operação padrão. A crise fez com que o ministro da Defesa, Waldir Pires, que estava em Paris participando do Salão de Aeronáutica de Le Bourget, antecipou a volta ao Brasil e na manhã desta quinta já estava trabalhando em seu gabinete; ele deveria retornar apenas na noite desta quinta. Na quarta-feira, o ministro da Defesa chegou a admitir que a crise que vem ocorrendo nos aeroportos brasileiros não será resolvida antes de um ano. Ele não quis precisar tempo, mas afirmou que "a solução virá quando forem restauradas as condições de termos controladores suficientemente treinados". Operação padrão e demissão Em meio à crise, a Aeronáutica determinou a prisão administrativa do sargento Carlos Trifilio, presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), e agravou o clima de tensão entre controladores e o alto comando da Força Aérea Brasileira. A reação à prisão, segundo a categoria, deve ser uma nova paralisação geral, como a de 30 de março. A FAB informou que os problemas no Cindacta 1 deviam-se "à recusa de controladores de trabalhar nos equipamento e de falha no link de comunicação provido pela Embratel". Oficiais da Aeronáutica querem a expulsão de cerca de 50 sargentos controladores de vôo que lideram o movimento da categoria por melhores salários e condições de trabalho. A informação é de deputados da CPI do Apagão Aéreo, que estiveram na quarta reunidos com oficiais e controladores de vôo do Cindacta-1. Os deputados ficaram apreensivos diante do clima de animosidade entre os controladores e seus superiores. "Um dos oficiais nos disse que a única solução é expulsar 50 controladores", afirmou a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), que passou o dia no Cindacta. Esses controladores participaram do motim no dia 30 de março, quando foram paralisados todos os vôos no Brasil, e são alvo de Inquérito Policial-Militar (IPM). O IPM foi prorrogado por mais 20 dias. Inicialmente, a expectativa era de que seis controladores seriam punidos com a expulsão da FAB e prisão pela paralisação das atividades no fim de março. Um deles é Wellington Rodrigues, presidente do Sindicato dos Controladores de Vôo.

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