A crise dos mísseis de 1962: treze dias sob o temor de uma guerra nuclear
Liz Batista - Acervo Estadão
16/10/2022 | 08h08   
EUA e URSS viveram o momento mais tenso da Guerra Fria; confira a cobertura do Estadão
Dezessete anos depois de a humanidade conhecer as consequências aterradoras de um ataque nuclear, com o bombardeio americano contra Hiroshima e Nagasaki, o mundo viveu - de 16 a 28 de outubro de 1962 - treze dias sob tensão diante da possibilidade de um confronto entre as duas maiores potências atômicas, Estados Unidos e União Soviética.
O tênue equilíbrio de forças que regia a geopolítica da Guerra Fria foi ameaçado após a descoberta de mísseis balísticos nucleares soviéticos instalados em Cuba.
Confira a cobertura da crise pelo Estadão em páginas que retratam os dias em que a possibilidade de destruição em massa passou de um incômodo pesadelo à uma ameaça assustadoramente palpável.
Os principais lances da crise:
14 de outubro: o avião espião U2 dos Estados Unidos fotografa as armas em uma base cubana;
16 de outubro: o presidente americano John F. Kennedy se reúne com um comitê executivo para discutir medidas diante da crise;
22 de outubro: Kennedy anuncia a imposição de um bloqueio naval à Cuba;
24 de outubro: navios soviéticos à zona de quarentena, mas alteram curso;
27 de outubro: lembrado como o dia mais tenso da crise, o líder soviético Nikita Khrushchov pressiona pela retirada de mísseis americanos da Turquia, Kennedy contempla uma invasão à Cuba, um avião americano é abatido em solo cubano e o piloto é morto.
28 de outubro: um acordo é alcançado. No dia seguinte a União Soviética inicia retirada dos mísseis de Cuba e os Estados Unidos compromete-se em levantar o bloqueio.
O Brasil e a crise. Um enfrentamento entre as grandes potências do bloco capitalista e do socialista certamente envolveria todo o globo. O fato de o conflito poder ser deflagrado em território latino-americano colocou todos os governantes da região em alerta, conscientes de que uma guerra se alastraria rapidamente pelo continente.
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No entanto, até que as possíveis hostilidades tivessem inicio, o que existia na agenda diplomática e no horizonte político era a crise. Para o Brasil, potência regional que mantinha relações regulares tanto com EUA quanto com Cuba, era preciso saber gerenciar as tensões.
O noticiário mostrou, em artigos e charges, como o governo Goulart tentou assegurar sua posição na política interna enquanto buscava uma melhor inserção brasileira no cenário diplomático internacional. São fontes que compõe, junto aos documentos tornados públicos pela Biblioteca Kennedy em 2012, como o Brasil buscou um final pacífico para a crise.
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