Bonnie e Clyde: o mais clássico dos amores bandidos
Liz Batista
23/05/2014 | 13h33   
Oitenta anos após sua morte, casal de criminosos ainda exerce fascínio e curiosidade
Clyde Barrow e e Bonnie Parkes, em fotografias encontrada pela polícia no esconderijo do casal. Foto: Divulgação


Naquele período, as violações cometidas pelos gângsteres eram febre no noticiário americano. Em 1934, chegavam ao Brasil as notícias sobre a crescente criminalidade nos Estados Unidos. Em 04 de fevereiro daquele ano, o Estado publicou nota tratando dos “numerosos actos criminosos” no país.
A fama. A história de amor e crime de Bonnie e Clyde já foi retratada no cinema, no teatro, na TV, em livros e músicas. Os personagens foram usados em várias publicidades, de bebidas a roupas infantis, e serviram de inspiração para a indústria da moda. Em 1997, a camisa que Clyde usava quando foi surpreendido e morto pela polícia foi arrematada por US$ 85 mil, num leilão que negociava as relíquias do casal.
Mas foi mesmo o cinema o maior responsável por imortalizar e dar fama internacional ao casal de outsiders . O filme de Arthur Penn, Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas, chegou às telas em 1967. Warren Beatty e Faye Dunaway - interpretaram a dupla. Gene Hackman, que também participou do filme, interpretou Buck, irmão de Clyde. O filme recebeu 7 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção, Melhor Ator e Melhor Atriz.
Com uma estética glamourizada dos foras da lei - Clyde Barrow e Bonnie Parker pouco lembravam o charmoso Beatty ou a bela Dunaway - o filme virou sucesso e se tornou um clássico. Os anti-heróis apaixonados capturaram o imaginário da juventude americana do final dos anos de 1960, mergulhada nos movimentos de contracultura e desiludida com a guerra do Vietnã.
No filme, a afronta do casal ao sistema ia além do crime. Tinha sua força na recusa de enquadrar-se nas soluções propostas pela sociedade no período da Grande Depressão. Eles não aceitavam as caridades assistencialistas dos magnatas que conseguiram se salvar do crack de 29. Tão pouco, buscaram ser alçados novamente à parcela economicamente ativa e empregada, graças aos fomentos do New Deal. Para Bonnie e Clyde a solução era individual, sedutoramente rebelde e abertamente bandida.
Faye Dunaway e Warren Beatty em cena do filme 'Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas' de 1967. Foto: Divulgação
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