Cachoeira: figura chave no 1º escândalo da Era Lula
Liz Batista
30/06/2016 | 13h20   
Em 2004, gravação mostrou assessor de José Dirceu cobrando propina do bicheiro
Carlinhos Cachoeira, 22/5/2012. Foto: Dida Sampaio/ Estadão
O nome de Carlos Augusto Ramos, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, ganhou os jornais em 2004. Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, foi flagrado em vídeo pedindo propina a Cachoeira para a campanha do PT em 2002. O caso desencadeou a primeira crise política do governo Lula.
O Estado de S.Paulo- 14/02/2004
A ponta do iceberg. Diniz foi exonerado em 13 de fevereiro de 2004. O Ministério Público seguiu com as investigações. As apurações indicavam que Waldomiro Diniz poderia não ser o único envolvido com o bicheiro e que outros poderiam fazer parte do esquema de pagamento de propinas a agentes públicos. As informações obtidas pelo MP também apontavam a utilização de empresas de fachada para acobertar operações envolvendo o jogo do bicho.
O Estado de S.Paulo – 01/03/2004
Em fevereiro de 2012, Cachoeira e Diniz foram condenados por corrupção e fraude de licitações na Loterj. No mesmo mês, o bicheiro foi preso pela Polícia Federal, acusado de comandar um esquema de exploração de jogos ilegais em Goiás, auxiliado por agentes públicos. Ele se tornou o personagem central de uma CPI mista no Congresso Nacional.
O Estado de S. Paulo- 03/4/2012
Entre os parlamentares que tiveram seus nomes ligados ao do bicheiro preso na Operação Monte Carlo estavam o do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do deputado Carlos Lereia (PSDB-GO), do ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT).
O Estado de S. Paulo - 08/12/2012
Em dezembro de 2012, Cachoeira foi condenado por cinco crimes, incluindo peculato formação de quadrilha e corrupção ativa.
Em 2015, uma nova sentença entrou para a sua lista de condenações. Considerado culpado de violação de sigilo funcional, por contar com um delegado da Polícia Federal como seu informante, ele recebeu pena de 3 anos de prisão. A nova condenação somou-se à anterior - ele já tinha somado 39 anos e 8 meses de prisão. No entanto, ele ficou preso somente por nove meses, no presídio da Papuda, em Brasília.
Até ser preso hoje na Operação Saqueador, Cachoeira respondia em liberdade porque as ações penais ainda não transitavam em julgado, cabendo recursos em instâncias superiores.
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Escândalo Waldomiro Diniz
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