Clóvis Bornay contra o resto no baile do Municipal
Rose Saconi
03/03/2014 | 20h20   
De tanto ganhar o concurso de fantasia, carnavalesco tornou-se 'hors-concours'
O 'Baile de Gala do Theatro Municipal" com o concurso de fantasias de luxo foi uma das grandes atrações que marcaram época no carnaval carioca. O evento ganhou fama internacional e era frequentado pela fina flor da sociedade carioca e brasileira. Para frequentar o baile os trajes exigidos eram smoking para os homens e longo para as mulheres.
Na porta do teatro todo tipo de pessoa, desde simples e anônimos foliões a autoridades e políticos, se aglomeravam para acompanhar a chegada dos concorrentes.
Concurso. Inspirados nos bailes de máscara do carnaval de Veneza, os desfiles começaram em 1932, segundo relatou em uma entrevista Clóvis Bornay, um dos grandes astros do baile, e ganhador dessa que foi a primeira edição do concurso, com a fantasia 'Príncipe Hindu'. Bornay desmanchou um lustre de cristal e levou à uma modista italiana, que confeccionou a roupa. Ganhou 190 mil réis, uma pequena fortuna na época.
A partir de então, foram anos seguidos de prêmios, fantasias originais e sempre deslumbrantes. O costureiro Evandro de Castro Lima era outro grande nome do concurso e o maior adversário de Bornay. Outros artistas, como Wilza Carla, Jésus Henriques, Violeta Botelho, Nucia Miranda, Mauro Rosas, Marlene Paiva, Guilherme Guimarães, também foram nomes marcantes dos concursos. Com muitas vitórias acumuladas, Clóvis Bornay foi declarado, em 1961, “hors-concours’ e ganhou o direito de se apresentar nos concursos sem ser julgado. Os bailes no Municipal terminaram em 1972. Os desfiles continuaram em outros clubes e salões, mas nunca repetiram o glamour daqueles realizados no teatro Municipal.
# Primeiro carnaval oficial de São Paulo foi em 1968
Comentários
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.