Com Hortência, medalha inédita para o basquete

03/08/2012 | 14h52   

Aos 17 anos jogadora já era considerada a grande revelação do esporte

O Estado de S. Paulo, 6 de agosto de 1996

A maior cestinha do basquete feminino brasileiro, Hortência, começou a jogar em 1974 e estreou na seleção brasileira em 1976, aos 16 anos. Revelada pela campanha “Adote um Atleta”, a jogadora acumulou momentos brilhantes em sua carreira, entre os quais, a participação na Olimpíada de Atlanta, em 1996, quando a equipe conquistou a medalha de prata inédita para o basquete feminino.

Em 1977, em entrevista ao Estado, o então técnico e ex-jogador Edson Bispo dos Santos, falou com orgulho sobre o talento promissor da garota: “Hortência, de 17 anos, é a maior revelação do basquete feminino nos últimos tempos, é uma menina que está treinando há um ano no Centro Olímpico Ibirapuera. Neste pouco tempo ela subiu assustadoramente de produção”, elogiou Edson.

Nessa época, Hortência treinava em São Paulo, no Centro Olímpico de Treinamento, no Ibirapuera, criado em 1976 pelo então secretário municipal de Esportes Caio Pompeu de Toledo. Para lá iam talentos detectados por clubes e Federações. Os atletas recebiam apenas um salário mínimo por mês. E não podiam ter nenhum outro rendimento, sob pena de não participarem de Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais.

Em 1984, mesmo não conseguindo classificação para os Jogos de Los Angeles, o talento de Hortência foi reconhecido pela imprensa esportiva especializada que a elegeu como a melhor atleta do país, com 99 votos recebidos na tradicional Pesquisa Estado 'Os melhores do Esporte'. “O talento, a precisão nos arremessos e velocidade continuam fazendo de Hortência uma das melhores jogadoras do mundo”, concluíram os jornalistas.

O sonho de disputar uma edição da Olimpíada se concretizou finalmente em 1992. O resultado, no entanto, não foi satisfatório. O sétimo lugar era pouco para a rainha do basquete. Na edição seguinte, em Atlanta, a seleção fez uma campanha excepcional. Só perdeu uma única vez no torneiro, na final contra os EUA, e a equipe de Hortência trouxe para o País a primeira medalha olímpica do basquete feminino. Em 1997, parou de jogar.

Mesmo sem Hortência, o basquete feminino ainda ganhou bronze em 2000, nos Jogos da Austrália. Foi a segunda e última medalha do Brasil na modalidade.

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