Como era São Paulo sem a Marginal do Tietê
Rose Saconi
04/03/2013 | 14h30   
Projeto de retificação e criação de vias são da década de 1920; obra começou nos anos 50
A história das marginais de São Paulo começou nos anos 20, quando o sanitarista Francisco Saturnino de Brito apresentou ao prefeito Pires do Rio um projeto de retificação do rio Tietê. Era o primeiro passo para a construção de vias laterais ao rio, à época muito tortuoso, mas previa uma espécie de piscinão nas margens para evitar enchentes e a construção de avenidas marginais. Parecia ousado demais para a época.
O relatório do engenheiro foi publicado e comentado na edição do Estado de 1926, "Os projectos de arruamento e parques serão feitos pela secção de urbanismo da directoria de Obras da Prefeitura. A commissão indica o traçado de algumas vias de accesso às pontes e para canalisação das águas pluviaes".
O projeto, porém, só começou a ser estudado com maior atenção em 1929, quando as chuvas de fevereiro provocaram uma grande enchente na cidade.
Hoje, quando milhares de carros trafegam diariamente pelas avenidas marginais do Tietê e Pinheiros, os canais dos rios parecem apenas um complemento das pistas de tráfego rápido. Mas, na verdade, as avenidas é que são um complemento dos rios. A retificação do Tietê, antes de possibilitar o tráfego fácil fora dos limites confusos do centro de São Paulo, possibilitou a recuperação e consequente urbanização de uma área de 33 milhões de metros quadrados da cidade. até então vasta e descampada, com lixões e pouco carros.
A marginal do Tietê, que começou a ser construída nos anos 50, com o acesso da Ponte das Bandeiras à Vila Maria para chegar à via Dutra, se tornou uma alternativa às vias tortuosas do centro da cidade para viagens de um bairro a outro. "Foi entregue ao tráfego anteontem trecho da avenida Marginal Direita do rio Tietê, compreendido entre a ponte das Bandeiras e a ponte do Limão, numa extensão aproximada de 2 quilômetros e meio", noticiou o Estado em 1956. As obras estenderam-se até a década de 70.
>> Como era São Paulo sem shopping Center
>> Como era São Paulo sem Corpo de Bombeiros
>> Como era São Paulo sem o Mercado Municipal
>> Como era São Paulo sem água encanada
>> Como era São Paulo sem a via Anchieta
>> Como era São Paulo sem a Catedral da Sé
>> Como era São Paulo sem a Avenida Sumaré
>> Como era São Paulo sem iluminação pública
# Siga: twitter@estadaoacervo | facebook/arquivoestadao | Instagram | # Assine
Comentários
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.