Como era São Paulo sem avenida Paulista

Rose Saconi

27/09/2013 | 13h59   

Na região do Caaguaçu, ponto mais alto da cidade, havia chácaras, sítios e trilhas para boiadas

 

Avenida Paulista, entre 1896 e 1900. Guilherme Gaensly/Acervo Light

No local onde hoje é a avenida Paulista existia uma floresta. Chamava-se Alto de Caaguaçu. Havia naquela região muitas chácaras, sítios e trilhas para boiadas e carros de bois.

Após vários estudos e com projeto inspirado nas grandes vias europeias, um engenheiro uruguaio, Joaquim Eugênio de Lima, achou que o espigão do Caaguaçu, o ponto mais alto de São Paulo, poderia dar um bom negócio. "Áreas mais altas são também as mais saudáveis", recomendavam os sanitaristas da época.

Eugênio de Lima juntou-se, então, a dois sócios, José Borges de Figueiredo e João Augusto Garcia, e fundou a Sociedade Anônima Companhia Viação Paulista.

A empresa tratou de adquirir os terrenos e chácaras ali existentes. O objetivo era construir no local uma espécie de vila de luxo para a classe mais abastada, longe das já bem ocupadas áreas como os Campos Elíseos e Higienópolis.

Feita a aquisição dos terrenos, que iam da Consolação ao Paraíso, num total de 3 mil metros de comprimento, começaram os trabalhos de movimento da terra, pavimentação e corte de vias transversais.

Obras. Em maio de 1891, a Paulista já adquiria forma e Eugênio de Lima convidou o presidente do Estado, Américo Brasiliense, o jornalista Rangel Pestana e Júlio Mesquita - que na época era senador estadual - para visitar as obras. As autoridades foram "dar um passeio à avenida Paulista, belíssimo arrabalde que está destinado a ser, dentro em pouco, o melhor e o mais chic de todos os arrabaldes da capital", noticiou o Estado.

O Estado de S. Paulo - 16/5 e 11/10/1891

     

                                                                                                                     

Inauguração. A avenida foi entregue oficialmente ao público no dia 8 de dezembro de 1891, com o início do tráfego de bondes. "Ao meio-dia a Companhia Ferro Carril fará a inauguração de suas linhas da Bella Vista e da Bella Cintra (..) que percorrerão toda a Grande Avenida Paulista", dizia a notinha publicada na primeira página do jornal (à direita).

Segundo o livro Cidade de São Paulo: Estudos de Geografia Urbana, 1958, a via seria chamada de Avenida das Acácias, ou Prado de São Paulo. Mas Eugênio de Lima decidiu por Avenida Paulista em homenagem ao povo que tão bem o acolhera.

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