Gripe espanhola matou o presidente eleito Rodrigues Alves em 1919
Liz Batista - Acervo Estadão
12/03/2020 | 16h12   
Político do Partido Republicano Paulista não conseguiu assumir seu segundo mandato
A epidemia de gripe espanhola que fez milhões de vítimas no início do século 20 também afetou a política brasileira. Eleito para a presidência em 1918, Rodrigues Alves adoeceu e morreu em janeiro de 1919 sem conseguir tomar posse de seu segundo mandato. O político do Partido Republicano Paulista já havia governado o País de 1902 a 1906 e sucederia a Venceslau Brás. Com sua morte, o vice Delfim Moreira assumiu a Presidência. Uma nova eleição foi convocada em 13 de abril. Epitácio Pessoa, do Partido republicano Mineiro, foi o vencedor do pleito e assume a Presidência em julho do mesmo ano.
O falecimento de Rodrigues Alves aconteceu num momento crítico para o País - pós Greve Geral de 1917, e durante a Primeira Guerra Mundial, com a econômia nacional dependente das exportações de café sofrendo o impacto da restrição do transporte mundial causado pelo pelo conflito e a queda na demanda pela commodity no mercado internacional.
Os casos da gripe espanhola começaram a crescer no Brasil em setembro de 1918. Um mês depois, Rodrigues Alves caiu acamado, debilitado pela doença. Em 06 de outubro daquele ano, boletins médicos falam dos cuidados recebidos pelo ilustre paciente e arriscam um prognósticos de que, com os devidos cuidados, o político se restabelecia a tempo de sua posse. A melhora desejada não ocorreu. Em 15 de novembro de 1918, Delfim Moreira, assumiu a Presidência interinamente.
Em suspense, a população acompanhou o estado de saúde de Rodrigues Alves através dos jornais até seu falecimento, em 16 de janeiro de 1919
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