Há 25 anos, URV abria caminho para o Real

Liz Batista - O Estado de S.Paulo

27/02/2019 | 16h50   

Estadão publicou um Guia Especial explicando o novo indexador do Plano Real

O segundo estágio do programa de estabilização econômica conhecido como Plano Real teve início em 27 de fevereiro de 1994, com a medida provisória 434, que estabeleceu a adoção da URV (Unidade Real de Valor) no País. Sem existir em uma cédula física, a URV era uma moeda escritural ancorada no câmbio através da paridade com o dólar, que serviu como indexador base para a conversão de valores em um novo padrão monetário. 

Diante de planos econômicos anteriores, que incluíram confiscos, congelamento de preços e de salários, sua introdução foi uma inovação e funcionou como um anteparo para conter o efeito corrosivo da inflação sobre a moeda antes da introdução do Real, enquanto a equipe econômica do governo Itamar Franco buscava estabilizar os preços e lidar com a dívida externa e com o rombo nas contas públicas. 

Em 1º de março daquele ano a URV entrou em uso; salários, aposentadorias e pensões foram convertidos logo no seu lançamento - contas bancárias, contratos, preços e aplicações financeiras puderam ser convertidos voluntariamente até 30 de junho. Na data , o Estadão publicou um Guia Especial para explicar o funcionamento do novo indexador. 

A rotina dos dias seguintes se estabeleceu da seguinte forma: o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, cuidava de comunicar a estratégia das novas medidas econômicas e tranquilizar a população, enquanto esta guiava-se pelas tabelas publicadas nos jornais com o valor do indexador diário, informação indispensável à economia do dia a dia. 

Em 1º de julho de 1994 o Plano Real entrou na sua fase seguinte e a URV foi substituída pela nova moeda, o Real. Na edição daquele dia o Estadão publicou os o valor da  última conversão através da URV: CR$ 2.750 = R$ 1,00.

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