Major Olímpio acusou governo de usar verba de combate a covid para obter apoio político

Acervo - Estadão

18/03/2021 | 20h37   

Em entrevista ao Estadão em 2020, senador classificou ação do governo como 'imoral'

O senador Major Olímpio (PSL-SP), que teve morte cerebral declarada após complicações da covid-19, criticou o governo Jair Bolsonaro em 2020 por usar a distribuição de verbas de combate à doença para angariar apoio político. Ex-bolsonarista integrante da bancada da bala no Congresso, e então líder do PSL no Senado, o parlamentar fez as declarações em uma entrevista ao repórter Marcelo Godoy, do Estadão. Olímpio disse que a ele foram oferecidos direcionar R$30 milhões em verba contra covid em troca de apoio político e que o mesmo foi proposto a outros parlamentares, cerca de 50 senadores e 200 deputados.

>> Estadão - 17/7/2020

 

 

“O parlamentar distribuiu o dinheiro para as bases dele. Ele não combinou com o vírus. Onde era necessário por o recurso? Onde está morrendo gente. Se era o dinheiro para o enfrentamento do Covid-19 não seriam os infectologistas, os médicos que deveriam definir onde o dinheiro é necessário? Em vez disso, é a planilha do senador que vale”, declarou o senador sobre a alocação dos recursos. 

 

>> Estadão - 17/7/2020

 

Segundo o senador, os recursos foram oferecidos pelo governo depois que o general Eduardo Pazzuello assumiu interinamente o Ministério da Saúde. Na entrevista, Olimpio qualifica como “imoral” a ação do governo e afirmava não estar recriminando os colegas que aceitaram a proposta. "Estou acusando o critério absolutamente imoral de um governo que disse que jamais faria o 'toma lá, dá cá', até iludindo parlamentar. Não tem o 'dá cá hoje', mas o 'toma lá' que eu vou cobrar depois."

De acordo com ele, o governo liberou os recursos indicados pelos parlamentares rapidamente. "Já pagaram para todo mundo que aceitou. Isso está acontecendo com a Saúde em todo o Brasil. É a coisa mais macabra." No relato do senador, quando o dinheiro em emendas lhe foi oferecido, ele perguntou ao interlocutor se a oferta era para todos os senadores. E a resposta foi: "Claro que não."

Leia a íntegra da reportagem.

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