Milton Nascimento, de Três Pontas para o mundo

Renato Vieira e Rose Saconi

24/10/2012 | 17h04   

Cantor e compositor ficou famoso mundialmente pela voz e jeito diferente de compor e interpretar

 

Milton Nascimento durante ensaio do IV Festival de MPB, em 1968 Foto:Arquivo/ESTADÃO

Ele passou por vários bailes da vida e continua com o pé nessa estrada. Milton Nascimento chega aos 70 anos, e dá sinais de que não vai parar. Atualmente roda o Brasil apresentando  show no qual comemora 50 anos de carreira e sete décadas de vida. Milton, começou a cantar profissionalmente aos 13 anos como crooner de um conjunto de baile, na cidade mineira de Três Pontas, antes de se tornar uma das maiores vozes da música.

Ele é autodidata, nunca estudou música, mas foi obstinado em suas pretensões. Eu sempre quis fazer música. Queria estudar Astronomia, mas em Belo Horizonte não havia faculdade que ensinasse. Tentei fazer faculdade de Economia, mas eu e meu parceiro Márcio Borges queimamos os papéis de inscrição e saímos gritando na rua: 'viva a música!'. Não tinha como fugir dela, lembra Milton em entrevista exclusiva para o Acervo.

Nas declarações que concedeu ao Estado em décadas de atividade, ele já falou sobre sua infância, discos e parcerias musicais. No Acervo, também estão notícias, sobre discos, músicas, shows, prêmios, críticas e momentos da carreira de Milton - Bituca, para os íntimos.

O Estado de S. Paulo, 24 de janeiro de 1968 - O primeiro "Long-Play"

O Estado de S. Paulo, 15 de novembro de 1968 - Cantando Sentinela, no Festival da Record.

Jornal da Tarde, 9 de março de 1972 - Naquele ano, Milton já havia gravado quatro LPs, um deles, Courage, para o mercado americano, e um compacto-duplo com a trilha do filme Tostão: A Fera de Ouro. Em março, chegou às lojas Clube da Esquina, dividido com o amigo e parceiro Lô Borges. Quando lançou, Milton disse ao JT, que o disco foi o que sempre quis fazer.Quatro décadas depois de seu lançamento, o disco permanece referência na MPB. Ficou em segundo lugar na enquete promovida pelo Caderno 2 para definir qual o melhor álbum brasileiro da história. Ao saber pela reportagem do resultado, o artista se disse feliz e quis saber quem tinha sido o primeiro lugar; no caso, Ventura, do Los Hermanos. 

Jornal da Tarde, 7 de junho de 1974 - O artista escolheu o Teatro Municipal de São Paulo para registrar, em maio de 1974, o show Milagre dos Peixes, posteriormente lançado em disco. No primeiro dia de gravação, o JT trouxe uma entrevista com Milton e com Wagner Tiso, integrante do Som Imaginário, que assinou os arranjos e orquestrações com Paulo Moura. Meu encontro com Wagner foi definitivo para a minha vida e minha música, confessou Milton.

Jornal da Tarde, 18 de janeiro de 1977 - O LP Geraes representa o início do sucesso comercial de Milton. Matéria do JT mostrou que a demanda pelo álbum nas lojas havia sido maior que a oferta, causando aumento de preços.

O Estado de S. Paulo, 28 de abril de 1985 - Coração de Estudante, parceria com o fiel escudeiro Wagner Tiso, foi grande sucesso durante a campanha das Diretas Já, tornando-se o hino da Nova República. Com a morte de Tancredo Neves, a música ficou atrelada ao presidente que não chegou a assumir seu cargo. Segundo matéria do Estado, os compositores estavam emocionados com o impacto da canção nos dias que se seguiram ao falecimento de Tancredo.

O Estado de S. Paulo, 5 de julho de 1988 - Homenageado em Paris.

O Estado de S. Paulo, 31 de julho de 1996 – A história de Milton contada no livro Os sonhos não envelhecem, de Márcio Borges

O Estado de S. Paulo, 7 de setembro de 1996 – Em entrevista ao Estado, Imprensa passou a falsa imagem de um tímido para o público.

O Estado de S. Paulo,1 de agosto de 1997 - No show Tambores de Minas Milton celebrou a religiosidade popular. Eu quis colocar minha voz a serviço de Deus, isto é, a serviço do homem. Eu tinha um projeto. Nascido no sangue, asfixiei-me no sangue. As terras fartas de Três Pontas conservam meu rastro. Fizeram de mim a voz de Minas, o cidadão do mundo.

O Estado de S. Paulo, 27 de fevereiro de 1998 - Álbum Nascimento ganha o prêmio Grammy de música

O Estado de S. Paulo, 8 de maio de 1998 - É uma das belas vozes do mundo, um deus da música, disse ao repórter do Estado o músico inglês Jon Anderson.

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