Morre o historiador Jacob Gorender
Liz Batista
11/06/2013 | 17h17   
Autor do clássico 'O Escravismo Colonial' foi combatente da FEB durante a 2ªGuerra Mundial
Jacob Gorender, em 1988. Foto: Alfredo Izzutti/Estadão
Morreu hoje, aos 90 anos, Jacob Gorender, um dos maiores historiadores do País. Gorender estava internado no hostital São Camilo. Seu enterro será realizado no Cemitério Israelita do Butantã.
Autor de clássicos da historiografia brasileira, como “O Escravismo Colonial”, de 1978, e “A Burguesia Brasileira”, de 1981, Gorender participou de acontecimentos marcantes da história do Brasil.
Nascido em 20 de janeiro de 1923, em Salvador (BA), numa família modesta de imigrantes judeus russos. Ingressou na faculdade de Direito em 1941. Inciou ali seu contato com a militância do Partido Comunista Brasileiro (PCB). No ano seguinte, tornou-se membro do partido.
Aos 20 anos de idade, alistou-se como voluntário na Força Expedicionária Brasileira (FEB) e partiu para a Europa para combater na Segunda Guerra Mundial. Na volta ao Brasil em 1945, retomou a militância pelo PCB, onde permaneceu até 1968, quando deixou a filiação. Sem nunca abandonar a militância de esquerda, fundou o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).
Com o recrudescimento do Regime Militar em 1969, o partido ampliou suas ações ações de guerrilha e seus membros mergulharam na clandestinidade. Durante seis anos, Gorender chegou a viver em 30 esconderijos diferentes. Em 1970 foi preso pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury e levado ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Lá foi torturado e levado ao presídio Tiradentes.
Em 1987, Gorender somou seu repertório teórico à sua experiência na militância e na luta armada e lançou “Combate nas Trevas: Esquerda Brasileira: das ilusões Perdidas à Luta Armada”.
O Estado de S.Paulo, 19/10/1987
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