Prédios de São Paulo: Mendes Caldeira
Cley Scholz
03/02/2014 | 11h49   
Edifício foi demolido durante obras do metrô; cidade parou para ver a primeira implosão do Brasil
"O maior negócio do Brasil, no centro do centro de São Paulo". Assim foi anunciado, no dia 19 de junho de 1960, o lançamento do edifício Mendes Caldeira, na Praça da Sé. "Ponto de encontro de mais de cem bairros, no ponto chave das zonas bancária e judiciária de São Paulo", destacava o anúncio.
O Estado de S.Paulo - 19/6/1960
O 'maior negócio do Brasil' voltaria aos jornais 15 anos depois como a maior implosão da América Latina (veja abaixo nas 'Páginas Selecionadas' mais informações). O prédio teve de ser demolido para dar lugar às obras da Estação Sé do Metrô de São Paulo, que estavam atrasadas. Ele ficava onde hoje é o acesso norte da Estação Sé.
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Em 1975, os processos de desapropriação de imóveis no centro começaram para poder serem iniciadas as obras da linha Leste-Oeste. A desapropriação do Mendes Caldeira custou ao Metrô 26,8 milhões de cruzeiros.
O edifício de 36 mil toneladas virou entulho em 16 de novembro de 1975. Primeira vez no País a demolição por picaretas era substituída pelo novo método de implosão. Durante semanas, 360 quilos de explosivos foram colocados em 972 furos, nos pilares do edifício de 30 andares com 364 escritórios. O Metrô convidou mil pessoas e credenciou 300 jornalistas para o espetáculo que mudou a paisagem do centro, unindo as praças Clóvis Beviláqua e a Sé. São Paulo parou para assistir o prédio desaparecer em 9 segundos.
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