Prédios de São Paulo: Othon Palace

Cley Scholz

30/01/2014 | 10h11   

Nos anos 60, hotel hospedou monarcas como a rainha Elizabeth II e o imperador Akihito

O prédio do Othon Palace Hotel, no centro velho de São Paulo, foi um dos ícones da rede hoteleira paulistana, até fechar suas portas no fim de 2008, após 54 anos de atividade. Inaugurado em 29 de dezembro de 1954, durante as festas do 4º Centenário, abrigava no último andar um dos mais luxuosos restaurantes da capital, o Chalet Suisse, com vista para o Vale do Anhangabaú.

 

 O Estado de S.Paulo - 30/12/1954

O anúncio publicado no dia 30 de dezembro de 1954 saudava a inauguração do 'mais alto grau de hierarquia em hotéis' em São Paulo.

Veja, abaixo, nas 'Páginas Selecionadas'  como o hotel no seu apogeu, nos anos de 1960 e 1970, hospedou figuras ilustres e chefes de Estado como a rainha Elizabeth II, do Reino Unido. E em 1967, o então príncipe Akihito, hoje imperador do Japão. Em 1978, o Othon Palace de São Paulo entrou na lista dos “300 melhores hotéis do mundo”, editada pela Harpers Queen. A comida e o serviço foram os itens de excelência que o colocaram na lista. “Vá ao restaurante no último andar deste hotel”, recomendava a publicação, “e de lá veja São Paulo, a cidade que mais cresce nas américas. É outro mundo que você desconhecia: frenético, excitante, cheirando a dinheiro e a sucesso.”

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Nas décadas seguintes, o outrora badalado quatro-estrelas da cidade não resistiu à concorrência. Faliu, vítima da fuga de hóspedes para as regiões da Avenida Paulista e Engenheiro Luís Carlos Berrini. Ao encerrar as atividades, em 2008, o hotel de 260 quartos dispensou mais de cem funcionários. A torre de 25 andares vizinha à Praça do Patriarca e ao Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura, foi colocada à venda por R$ 25 milhões.

Em 2011, a Prefeitura de São Paulo estudou um meio de  decretar o imóvel de utilidade pública e ocupar o antigo hotel com órgão municipais. A gestão Gilberto Kassab chegou a contratar um escritório de arquitetura para reformar o local, mas até hoje o prédio não foi desapropriado. Hoje, só o térreo é ocupado por uma agência do Itaú.

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