Radionovela, emoções à moda antiga
Rose Saconi
19/07/2014 | 14h30   
Histórias eram contadas por vozes e som ambiente; gênero foi grande sucesso por duas décadas
O rádio foi o maior companheiro de todos os brasileiros até a chegada da televisão, internet e a popularização do cinema. Era o grande veículo de comunicação que levava às casas das pessoas músicas, notícias e entretenimento. No anos 1930 era comum se ouvir no rádio grandes textos teatrais. No entanto, o grande marco do rádio deu-se no início dos anos 1940, quando estrearam as radionovelas no Rio e em São Paulo. O gênero logo caiu no gosto do público e foi sucesso de audiência por duas décadas.
As radionovelas estimulavam a imaginação dos ouvintes. Era a magia do rádio que permitia se acompanhar uma boa história apenas por meio de vozes e som ambiente. Os recursos eram poucos, apenas os chamados radioatores protagonizando as tramas com a utilização da voz e os criativos efeitos de sonoplastia. Uma terrível tempestade, por exemplo, não passava de uma folha de zinco balançando. Cavalos em galope eram apenas cascas de coco batendo numa mesa.
Em setembro de 1941, o teatrólogo brasileiro Oduvaldo Viana lançava A Predestinada, na Rádio São Paulo. Já no Rio, surgia na Rádio Nacional, Em Busca da Felicidade, escrita pelo cubano Leandro Blanco responsável pela popularização do gênero. Durou dois anos.
Artistas de sucesso. A radionovela lançou muitos atores e atrizes como Paulo Gracindo, Henriqueta Brieba, Mário Lago, Wanda Lacerda, além dos autores Ivani Ribeiro, Janete Clair e Dias Gomes. Os patrocinadores disputavam os horários das radionovelas. Azeite Maria, sabonetes Gessy Lever, Palmolive, fermento Royal, xarope São João e sapólio Radium vendiam muito, graças à grande audiência.
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