Renato Janine Ribeiro, um educador no ministério da Educação
Edmundo Leite
27/03/2015 | 20h31   
Professor, escritor e filósofo é reconhecido academicamente e contestado politicamente
Reportagem sobre livro de Renato Janine no Caderno 2 de 13/8/2000
Escolhido para assumir o Ministério da Educação após a breve e contestada passagem do político Cid Gomes pela pasta, Renato Janine Ribeiro é um nome que, concordem ou não com a política do governo, ao menos combina com o slogan "pátria educadora" que a presidente Dilma Roussef definiu como lema de seu segundo mandato. Com vasta e reconhecida produção acadêmica, filosófica, literária e cultural, Janine Ribeiro é um professor de fato, mas com alguma atuação na política e planejamento da educação em diversos níveis, principalmente no ensino superior.
Nascido em Araçatuba em 9 de dezembro de 1949, graduou-se em Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) em 1971, onde também se doutorou em 1984. Antes disso, em 1973, conclui o mestrado na Universidade de Sorbonne, na França. Professor titular da USP, professor visitante da Universidade de Columbia, no Estados Unidos, com passagens pelo conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade à qual já se candidatou a presidente, Janine Ribeiro tem um currículo lattes (o currículo vitae da área acadêmica) de primeira grandeza.
Colabora com o Estado desde os anos 1990, com artigos publicados na seção de opinião e em diversos cadernos temáticos. No mais recente, "Fim da compaixão", no caderno Aliás de 1 de março, analisava o clima de beligerância entre antagonistas políticos a partir do episódio da hostilização sofrida pelo ex-ministro Guido Mantega na lanchonete do hospital onde sua mulher trata de um câncer. Pena de morte, política, democracia e república foram outros temas abordados recentemente.
Em suas gestões como diretor na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão ligado ao Ministério da Educação que define as diretrizes para o ensino superior de alto nível ( mestrado e doutorado), Renato Janine Ribeiro deu ênfase ao ensino interdisciplinar e, com ele, à formação de profissionais comaptidões e potencialidades múltiplas e mais exploradas.
Apesar do reconhecimento acadêmico, a atuação nesses órgãos no governo petista misturada à conhecida fogueira das vaidades da Universidade de São Paulo já fizeram Renato Janine Ribeiro experimentar um pouco do que certamente enfrentará no Ministério da Educação: acusações de ingerências políticas e ideológicas na tomada de decisões que deviriam ser estritamente educacionais, críticas metodológicas e à capacidade administrativa.
Leia alguns textos de Renato Janine Ribeiro no Estadão.
# Fim da compaixão
# O Estado carrasco
# A mudez da nudez
# A República como déficit
# Tachinhas e privilégios
# A ética no tempo de espetáculo
# Virtù e fortuna
# O crime inexplicável
Leia também:
# Renato Janine Ribeiro nas páginas do Acervo Estadão
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