Tatu: um animal cheio de significado

Carlos Eduardo Entini

26/11/2012 | 15h24   

Monteiro Lobato escolheu tatu para designar o caboclo, 'um homem baldio, inadaptável à civilização'

As características do tatu, de tempos em tempos, são usadas para representar algo. Em votação popular organizada pela Fifa, o tatu-bola Fuleco acaba de ser eleito o mascote para o Copa do Mundo de 2014. O tatu tem por natureza se embolar para se defender dos predadores usando suas carapaças móveis. Mas, só o tatu-bola assume a forma que mais se assemelha a uma bola.

O Estado de S. Paulo - 24/4/1955

Monteiro Lobato preferiu tatu para designar o caboclo, “um homem baldio, inadaptável à civilização”

Monteiro Lobato utilizou o tatu para adjetivar o Jeca, um de seus personagens mais famosos. Geca Tatu, na grafia original, representava o caboclo brasileiro, “um homem baldio, inadaptável à civilização”. Foi assim que o autor o descreveu no artigo Uma Velha Praga, de 1914, e publicado no Estadão.

O Estado de S. Paulo - 20/7/1966

Lobato quase batizou o personagem de Jeca Peroba, mas preferiu o tatu, um “bichinho feio, magruço, arisco, desconfiado, sem jeito de gente”. A escolha partiu das  reclamações do seu capataz dos estragos feitos pelo animal nas roças de milho. É o que conta a biografia de Monteiro Lobato, Furacão na Botocundia de 1997.

Tatu também é sinônimo de bebida. Desde 1909 é produzida a cachaça Tatuzinho no interior paulista

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