Vandré não queria Jair Rodrigues cantando 'Disparada'
Estadão Acervo
08/05/2014 | 13h11   
Para compositor, alegria do cantor era inadequada para a música; interpretação foi seu maior sucesso
Seu gestual e alegria foram questionados para interpretar 'Disparada'. Foto: Acervo/Estadão
A energia, alegria e os movimentos no palco de Jair Rodrigues, morto aos 75 anos, quase tiraram do cantor a chance de interpretar 'Disparada' no Festival de Música Brasileira em 1966. Geraldo Vandré, compositor da letra, não queria que Rodrigues interpretasse uma composição que conta o despertar da consciência de um vaqueiro do sertão. "Mas o Jair vai cantar esse negocio rindo ..." disse Vandré.
O Estado de S. Paulo - 11/10/1966
Jair Rodrigues não só a interpretou como também levou o prêmio de melhor intérprete do festival, e a música foi o maior sucesso de sua carreira. No festival de 1966, 'Disparada' dividiu o primeiro lugar junto com 'A Banda' de Chico Buarque.
Dias depois do sucesso da música e de sua interpretação, Jair Rodrigues deu entrevista ao Jornal da Tarde e explicou porque era o cantor ideal para ela: “Meu pai morreu no lombo de um burro. Ele era boiadeiro, o velho Severiano Rodrigues de Oliveira. Acho que o 'Disparada' tem muita coisa a ver com ele'. A história dele com 'Disparada' é um dos casos clássicos em que música e cantor se tornam indissociáveis.
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Bananeira. A preocupação de Vandré até que não era desproposita. A irreverência do cantor era conhecida por todos no palco e nos bastidores da música. Além do gestual, estava sempre vestido com roupas coloridas, e era visto por alguns como artísta específico para shows ao vivo. Para aumentar a desconfiança, vivia plantando bananeira como está registrada na foto acima feita durante a gravação do disco 'Disparada' em 1966.
Acompanhe, abaixo, no 'Páginas Selecionadas' a trajetória do artista nas páginas do Estado
Atualizado em 08/05, às 17h05
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