Delfim Moreira
28/12/2011 | 20h51   
Presidente do Brasil
Delfim Moreira da Costa Ribeiro
7/11/1868, Cristina (MG) - 1/7/1952, Santa Rita do Sapucaí (MG)
Defensor dos princípios republicanos, Moreira teve parte na fundação dos jornais “República Mineira” e “Vinte e um de abril”. Faz parte da conhecida geração de Republicanos históricos que saíram das salas de aula do Largo São Francisco. Formou-se em 1890 e, um ano depois, casou-se com a prima Francisca Ribeiro de Abreu, com quem teve seis filhos.
Sua carreira começou como promotor público em Santa Rita do Sapucaí onde também exerceu o cargo de juiz municipal. Foi novamente promotor público na cidade de Pouso Alegre. Sua vida política iniciou-se como vereador e presidente da câmara municipal de Santa Rita. Ocupou, por duas vezes, a função de deputado estadual e, entre 1902 e 1906, assumindo posteriormente a Secretaria do Interior da Província de Minas.
Foi eleito senador estadual em 1906 mas, devido a uma enfermidade, retirou-se por dois anos para uma fazenda no interior de Minas Gerais. Ocupou o cargo de senador apenas em 1908 e assumiu novamente a Secretaria de do Interior de Minas Gerais entre 1910 e 1914. Foi, finalmente, presidente do estado de Minas Gerais entre 1914 e 1918. Nessa função destacou-se por buscar restabelecer as finanças do estado.
Seu governo foi marcado pela ausência do presidente, que sofria de arteriosclerose precoce, e portanto era obrigado a permanecer longos períodos afastado do palácio presidencial. O vice presidente conservou o ministério escolhido por Rodrigues Alves e contou com a ajuda do ministro da viação, Afrânio de Melo Franco, para cumprir as atribuições presidenciais. Seguindo as orientações constitucionais, convocou novas eleições tão logo foi constatado o falecimento de Rodrigues Alves, personalidade que, em seus últimos dias, era constantemente visitada por Moreira.
Durante seu curto mandato chocou-se com as organizações operárias no país, tendo determinado o fechamento de sindicatos no Rio de Janeiro e tendo expulsado do país cerca de cem militantes de esquerda responsáveis pela fundação do Partido Comunista Brasileiro em junho de 1919.
Com efeito, no início de seu período à frente do País, fora obrigado a enfrentar uma greve geral de trabalhadores que atingira o Rio e Niterói. Moreira também fez o Brasil ser representando na conferência pela paz ocorrida em Paris no final da Primeira Guerra Mundial, tendo enviado Epitácio Pessoa para a França com este intuito. Outras de suas decisões envolveram a publicação corrigida do código civil e a reformulação da administração do estado do Acre.
Ainda em 1919, Moreira entrega o poder a Epitácio Pessoa, que havia concorrido à presidência contra Rui Barbosa. O próprio Moreira fora reeleito vice-presidente para a chapa de Pessoa, mas não demonstrava interesse pela política devido à doença da qual não se livrara.
Apesar dos problemas de saúde que o acompanharam durante toda a vida faleceu com idade já avançada, um pouco antes de completar 84 anos de idade. Foi descrito por parentes, amigos e jornalistas como um presidente íntegro, supersticioso e avesso aos protocolos.
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