Epitácio Pessoa
07/12/2011 | 22h02   
Presidente do Brasil
Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa
23/5/1865, Umbuzeiro (PB) – 13/2/1942, Petrópolis (RJ)
Em 1889, após ter atuado como promotor em Pernambuco, Epitácio assumiu a Secretaria de Governo da Paraíba. Sua carreira política começou quando foi eleito deputado constituinte em 1890. Foi também deputado federal entre 1891 e 1893. Entre 1898 e 1901, assumiu como ministro da Justiça e Negócios Interiores do governo Campos Sales, tendo se tornado procurador da república em 1902, cargo que manteve até 1905. Atuou também como ministro do Supremo Tribunal Federal entre 1902 e 1912. No mesmo ano foi eleito senador pela Paraíba (cujo mandato foi até 1919) e cumpriu a importante função de chefe da delegação brasileira nos acordos que levaram ao Tratado de Versalhes, em 1919.
Após a morte de Rodrigues Alves foi indicado para a presidência pelas elites paulistas e mineiras. Venceu as eleições convocadas pelo interino (e vice-presidente em sua candidatura) Delfim Moreira contra o adversário Rui Barbosa, tendo assumido a função no dia 28 de julho de 1919. Como presidente, focou-se na política de valorização do café, principal produto brasileiro de exportação e que na época sofria com a baixa dos preços internacionais. Encarou o crescente movimento grevista de São Paulo, tendo ordenado o fechamento da redação do jornal A Plebe e a expulsão de seus redatores. Lançou, em 1919, um programa de combate à seca no nordeste.
Em 1920, pediu que os restos mortais do imperador Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina fossem transferidos para o Brasil e promoveu a criação da primeira Universidade brasileira, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 1922, sob seu governo, ocorreu em São Paulo a semana de arte moderna, que iria transformar o panorama cultural da época.
No final de seu mandato, as oligarquias regionais estavam tencionadas pelas disputas eleitorais pela presidência. Enquanto Epitácio, ao lado das elites paulistas e mineiras, indicavam como candidato o mineiro Artur Bernardes, as oligarquias fluminenses, gaúchas e pernambucanas, num movimento denominado “Reação Republicana”, lançaram como candidato Nilo Peçanha. Com a publicação das “cartas falsas” de Artur Bernardes, nas quais este supostamente ofenderia o exército e suas lideranças militares, houve agitação nos quartéis e o clube militar pediu a renúncia de Bernardes à candidatura. Epitácio Pessoa, contudo, puniu os militares, mandou fechar o clube militar e ordenou a prisão do ex-presidente Hermes da Fonseca. Como consequência, foi deflagrada a revolta dos 18 do forte de Copacabana. A revolta foi reprimida por Pessoa e dezenas de militares insurretos foram mortos pelas tropas legalistas.
Epitácio deixou a presidência em 1922. Em 1924, participou para o Tribunal Internacional de Haia, onde atuou como juiz. No mesmo ano, foi eleito senador, mas perdeu o mandato por ocasião da revolução de trinta. No ano seguinte presidiu os trabalhos da comissão permanente de codificação do direito internacional público. Viajou várias vezes para a Europa, e em 1936 foi escolhido pelo presidente Hoover para representar os Estados Unidos na Comissão Permanente de Arbitramento entre estadunidenses e britânicos. Escreveu um livro intitulado “Pela Verdade”, no qual defendia sua administração perante os críticos. Faleceu com diagnostico de mal de Parkinson.
Comentários
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.