Olavo Setúbal
20/12/2011 | 21h39   
Banqueiro e político
Olavo Egídio de Sousa Aranha Setúbal
15/4/1923, São Paulo (SP) - 27/8/2008, São Paulo (SP)
Filho do poeta Paulo Setúbal e de Francisca de Souza Aranha Setúbal, teve o tio Laerte Setúbal deputado federal por São Paulo (1935-1937) e o primo Laerte Setúbal Filho, diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e presidente da Associação dos exportadores Brasileiros.
Realizou os primeiros estudos no Ginásio do Carmo e no Colégio Universitário, formando-se engenheiro mecânico e eletricista, em 1945, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Começou a carreira empresarial ao fundar a Deca, uma indústria especializada em louças sanitárias.
Na década de 1950, foi convidado pelo tio materno, Alfredo Egydio de Sousa Aranha, a dirigir o Banco Federal de Crédito. No banco , juntamente com Eudoro Villela, reestruturou a instituição transformando-a em base para a formação do Banco Itaú Holding Financeira, que viria a se tornar um dos principais conglomerados financeiros da América Latina.
Indicado pelo governador Paulo Egídio Martins, ocupou a prefeitura da cidade de São Paulo, entre 1975 e 1979. Concluiu inúmeras obras, entre elas as avenidas Sumaré e Juscelino Kubitschek, além da reforma da Praça da Sé. No centro da capital paulista implementou os calçadões no centro velho e restaurou o Edifício Martinelli, onde até hoje estão instaladas alguns órgãos municipais como a própria EMURB, Empresa Municipal de Urbanização, que ele ajudou criou.
Não conseguiu a indicação da ARENA para o governo do Estado, em 1978, o que o levou a se desfiliar do partido.
Presidente da Comissão Executiva Provisória regional do PP, em São Paulo (1980), propôs que o Congresso elaborasse uma lei obrigando as empresas multinacionais a publicar informações detalhadas sobre as suas atividades. Contrário também à centralização econômica promovida pelo Banco Central e à estatização das empresas, em maio de 1981 assumiu a presidência do PP paulista e lançou-se oficialmente candidato ao governo do Estado de São Paulo.
Em 1985, foi um dos principais financiadores da vitoriosa campanha de Jânio Quadros à prefeitura da capital paulista. Filiou-se ao PFL tentando ser indicado pela sigla para a corrida ao governo estadual em 1986, o que o levou até a se descompatibilizar do Ministério das Relações Exteriores. Entretanto, a falta de um acordo político fez com que o partido abdicasse de um nome próprio para a disputa. Com isso, Olavo Setúbal apoiou a candidatura derrotada do empresário Antônio Ermírio de Moraes (PTB).
Filiado ao Partido da Frente Liberal (PFL), chegou a ser cogitado para os ministérios da Indústria e Comércio, da Previdência, da Fazenda e do Planejamento. Entre março de 1985 e fevereiro de 1986, durante o governo Sarney, foi ministro das Relações Exteriores. A indicação partira de Tancredo Neves.
Em março de 1997, avaliando como negativa a presença do Banco Itaú no noticiário acerca da Comissão Parlamentar de Inquérito (conhecida por CPI dos Precatórios) que investigava a venda de títulos públicos a preços inferiores aos do mercado, tentou marcar seu depoimento com a maior rapidez possível, mantendo para isso contatos informais com vários senadores. Em junho articulou a compra pelo Itaú do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), o primeiro banco estadual a ser privatizado.
Casou-se aos 23 anos com Matilde, conhecida por dona Tide, com quem teve sete filhos - Paulo Setúbal Neto (o mais velho), Maria Alice (única filha), Olavo Junior, Roberto, José Luís, Alfredo e Ricardo. Dona Tide faleceu em 1977, quando então se casou pela segunda vez, com Daisy Salles, que veio a morreu aos 92 anos, em 2010.
Alguns de seus filhos assumiram os negócios, como Roberto Setúbal, que está à frente do Itaú desde 1994 e foi um dos responsáveis pela incorporação do Bank Boston além da fusão com o Unibanco. Até hoje parte do controle do grupo Itaú está sob família Setúbal e dos descendentes de Alfredo Egídio de Souza Aranha.
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