Pelé

07/12/2011 | 22h06   

Jogador de futebol

Edson Arantes do Nascimento

23/10/1940, Três Corações (MG)

Ganhou o apelido que o faria famoso em um campo de futebol. Vendo o pai jogar gritava “ Agarra Bilé” para o goleiro do time. De Bilé virou Pelé e logo deixou as arquibancadas. Deixou com a família Três Corações para a cidade de Bauru, no interior paulista, e passou a jogar em times infanto-juvenis como o Baquinho e o Ameriquinha.

Com a idade de Pelé saindo da categoria, seu pai decide fundar o próprio time, o Sete de Setembro (sem nenhuma relação com o clube de Belo Horizonte que disputava o Campeonato Mineiro na época). Com 11 anos o jovem jogador foi descoberto por Waldemar de Brito, que o convidou a jogar no Bauru. Dois anos depois, Waldemar levaria Edison para o Santos, onde começava uma história de vitórias e conquistas como nunca mais se viu no futebol.

A estreia de Pelé no Alvinegro da Vila Belmiro foi contra o Corinthians. Não o famoso da capital, que viria a ser a vítima favorita do Rei, mas o de Santo André, que também não foi poupado: 7x1 para o Santos.

Foram 18 anos na Vila Belmiro. Nesse período o Santos conquistou dez títulos Paulistas, quatro torneios Rio-São Paulo, seis campeonatos Brasileiro (Taça Brasil e Roberto Gomes Pedrosa), duas taças Libertadores da América, dois campeonatos mundiais (1962 e 1963) e uma Recopa.

Sua vida na seleção brasileira começou na Copa Rocca de 1957, na derrota por 2x1 para a Argentina. Apesar do começo ruim, sua história com a camisa canarinho foi brilhante. Com apenas 17 anos se sagrou campeão do mundo na Suécia, jogando ao lado de Garrincha (os dois juntos em campo nunca perderam uma partida). Jogou apenas uma partida em 1962 devido a uma contusão na virilha contra a Tchecoslováquia. Seu grande momento com a seleção brasileira foi na conquista do tricampeonato para o Brasil na Copa do Mundo de 1970, no México, ao lado de craques como Tostão, Rivelino e Gérson.

Alguns meses antes do tri, no dia 19 de novembro de 1969, o Rei entrou para a história como o primeiro jogador a marcar mil gols em partidas oficias. A vítima foi o Vasco da Gama, que, juntamente com seu goleiro, Andrada, entrou para a história por sofrer o milésimo tento de Pelé. Foi de pênalti, um chute simples, visto milhares de vezes, mas é um dos gols mais famosos do futebol. Apesar da maioria da torcida ser cruzmaltina, o estádio inteiro gritou comemorando.

Em 1971 o craque decidiu deixar a seleção brasileira. Até mesmo o  presidente  Médici pediu para Pelé reconsiderar a posição. Sua última partida foi contra a Iugoslávia no empate por 2x2. Foram 103 gols em 115 partidas (95 oficiais). Foram 12 gols em Copas do Mundo.

Já no Santos sua história termina em 1974, quando decide se aposentar. Sua última partida foi na vitória de 2x0 contra a Ponte Preta de Campinas em 2 de outubro. No ano seguinte Pelé voltaria aos campos, desta vez nos Estados Unidos. Ele recebeu uma proposta milionária para jogar pelo Los Angeles Cosmos, permanecendo em atividade até 1977. O craque é considerado um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do futebol no país. Deixou os gramados com 37 anos, sendo até hoje o jogador que mais marcou com mais de 1200 gols.

Fora do futebol, foi casado duas vezes. Primeiro com Rosemeri Cholbi cuja relação gerou três filhos e Assíria Lemos com quem teve duas crianças. O jogador também teve duas filhas fora dos casamentos, Sandra Regina e Flávia Chiristina Kurtz . Também namorou personalidades como a apresentadora infantil Xuxa. Desde 2016 está casado com a empresária Marcia Aoki.

Pelé também esteve em outras atividades. Foi Ministro dos Esportes no governo Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 1998, sendo o responsável pela chamada Lei Pelé que garantiu diversos direitos trabalhistas aos jogadores de futebol e revolucionou os negócios esportivos no Brasil. Participou ainda de 10 filmes e gravou discos. Foi eleito em 1980 Atleta do Século pela imprensa esportiva. E em 2000, junto com Maradona, eleito o melhor jogador de futebol do século pela FIFA. É também embaixador da UNESCO e cavalheiro honorário do Império Britânico.

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